quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Gene dos Boêmios

Foto: www.hypescience.com

Cientistas desvendaram os processos cerebrais envolvidos no abuso de álcool na adolescência e dizem que suas descobertas ajudarão a explicar por que alguns jovens têm mais tendência a beber.
Um estudo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências (PNAS) revelou que um gene conhecido como RASGRF-2 desempenha um papel crucial no mecanismo de como o álcool estimula o cérebro na liberação de dopamina, provocando sentimentos de recompensa. "Se as pessoas têm a variante do gene RASGRF-2, o álcool dá-lhes um sentido mais forte de recompensa, tornando-os mais susceptíveis de serem maiores consumidores de bebidas alcoólicas", disse Gunter Schumann, que conduziu o estudo no Instituto Kings College de Psiquiatria de Londres.
O álcool e outras drogas causam dependência ativando os sistemas de dopamina do cérebro, que induz sensações de prazer e recompensa. No mundo todo, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem a cada ano a partir do uso nocivo do álcool, representando cerca de 3,8% de todas as mortes, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Estudos recentes feito cientistas da IOP descobriram que RASGRF-2 é um gene de risco para o abuso de álcool, mas, até agora, o mecanismo envolvido no processo não esta claro.
Para este estudo, os cientistas inicialmente estudaram o comportamento de ratos que tinham sido modificados para ter o gene RASGRF2 removido, para ver como eles reagiriam ao consumo de álcool. Eles descobriram que a falta de RASGRF-2 foi associada a uma redução significativa na atividade de procura de álcool.
Foi descoberto também que os ratinhos que consumiram álcool, na ausência de RASGRF-2 reduziram a atividade da liberação de dopamina nos neurônios na região do cérebro chamada área tegmental ventral (ATV) - limitando qualquer sentido de recompensa.
A equipe então analisou imagens do cérebro de 663 meninos de 14 anos e descobriram que aqueles com variações genéticas do gene RASGRF2 tinham mais atividade em uma área do cérebro intimamente ligada ao VTA e também envolvida na libertação de dopamina.
Para confirmar os resultados, a equipe analisou o comportamento de beber do mesmo grupo de rapazes, dois anos depois, quando muitos deles já haviam começado a beber com frequência. Os cientistas descobriram que aqueles com a variação do gene RASGRF-2 bebiam mais frequentemente na idade de 16 anos do que aqueles que não possuíam a variante.
"As pessoas buscam situações que preencham o seu sentimento de recompensa, por isso, se o seu cérebro está ligado a encontrar o gratificante álcool, você vai procurá-la", diz Schumann, em um comunicado sobre a pesquisa. "Nós agora descobrimos a cadeia de ação: como nossos genes moldam esta função no nosso cérebro e como isso, por sua vez, leva a um comportamento humano”.
Antes de sair ai colocando a culpa exclusivamente no gene para justificar seu o consumo excessivo de álcool, o professor Gunter explica que isso não é prova que somente este gene esteja exclusivamente ligado com a bebedeira,  é provável que fatores ambientais e muitos outros genes também estejam envolvidos, os resultados ajudam a lançar luz sobre o porque algumas pessoas parecem ser vulneráveis à tentação do consumo de bebidas  alcoólicas.

Fontes:
http://www.bbc.co.uk
http://www.huffingtonpost.com


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sábado, 24 de novembro de 2012

Evolução em Debate




Debate sobre evolução entre os professores Mário César Cardoso de Pinna e Nahor Neves de Souza.
Existem vários vídeos na rede discutindo evolução Vs. criação, todavia, em grade parte  não há respeito entre os debatedores. Este debate, além de bem mediado, envolve brevemente outras teorias evolutivas e criacionistas.
É uma pena que programas como esse não sejam exibidos em emissoras de maior audiência.


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sábado, 17 de novembro de 2012

Eco Evol: I Simpósio de Ecologia e Evolução UFV



Com o objetivo de divulgar e promover a discussão de temas atuais ligados à Ecologia e à Evolução, o Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFV (PPG-ECO), juntamente com o Departamento de Biologia Geral e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal de Viçosa está promovendo o evento Eco-Evol: Simpósio de Ecologia e Evolução.  
O evento ocorrerá durante os dias 17 e 18 de dezembro de 2012, com dois módulos diários de três palestras, um pela manhã e o outro à tarde. Cada palestra terá duração de aproximadamente 30 minutos, seguida de 20 minutos dedicados a perguntas e discussões.
Além das discussões ao final de cada palestra, ao final de cada dia promoveremos uma atividade que batizamos como Roleta Russa. Nesta atividade, palestrantes  e professores presentes serão convidados a compor a mesa para participar de uma rodada de discussões. As discussões serão guiadas por questões gerais em ecologia e evolução, propostas pela platéia, que se manifesta colocando suas questões por escrito aqui no site ou numa urna localizada à entrada do evento. ​
Este evento destina-se à comunidade acadêmico-científica em geral, e especificamente aos estudantes de graduação e de pós-graduação da UFV e das demais IES que atenderem ao nosso convite.

Clique aqui para acessar o site do evento.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Gem Glass: O Milho Vítreo




Foto 1: www.glassgemcorn.com

 O milho, grão mais cultivado do mundo, mostra mais uma vez quão grande é sua variabilidade. Ao olhar a foto acima logo pensamos que estamos nos deparando com uma montagem. Esse padrão de grão foi difundido por um agricultor de origem indígena (Cherokee) chamado Carl Barnes, que ao observar o estranho padrão fenotípico em algumas espigas em seu milharal, selecionou e plantou as sementes  até conseguir chegar nesse cultivar de coloração vítrea.
O Gem glass (Foto1) é um milho duro que só pode ser usado   para consumo em forma de farinha, diferentemente do milho doce que estamos acontumados (post milho doce aqui). O Gem Glass foi provavelmente criado como uma variedade ornamental.
Aproximando-se do fim de sua vida, Barnes concedeu sua preciosa coleção de sementes  para Greg Schoen, seu protegido no melhoramento de milho. Schoen passou amostras da suas variedades de milho únicas para o companheiro Bill McDorman, que era proprietário de uma empresa pequena de produção de sementes, localizada no centro de Arizona. Curioso sobre as sementes de vidro (glass) de nome estranho, ele plantou um punhado de sementes em seu jardim. As plantas espetaculares que surgiram o pegaram de surpresa. "Eu fiquei encantado", McDorman lembra. "Ninguém jamais havia visto um milho como este antes."
Por que existem tantas cores vibrantes em uma única espiga de milho? Cada grão é realmente um indivíduo geneticamente  distinto do outro  com uma mistura única de genes herdados de seus pais.
As Colorações dos grãos também têm sido utilizadas para desvendar um fenômeno estranho de herança não-Mendeliana: os transposons (tratamos sobre esse assunto aqui). Tranposons são sequências de DNA que saltam de um lugar para outro no genoma. Alguns tipos de milho tem grão manchado ou riscado de uma segunda cor, o que significa que algumas de suas células estão produzindo um pigmento especial, mas outros não (Foto 2).

                                                                           Foto 2: www.milkwood.net



Fontes:
www.nativeseeds.org
www.blogs.discovermagazine.com
www.glassgemcorn.com
*Agradecimento ao Eng. Agrônomo Demetrius Silva por ter sugerido o tema do post.


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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Livro: Biotecnologia Estado de Arte e Aplicações na Agropecuária- Embrapa Download Grátis

 CLIQUE AQUI PARA BAIXAR

Caros leitores do blog Genética Agronômica
Baixar livro didático gratuitamente na internet quase sempre foi uma coisa feita “as escondidas”,  pois a maioria livros  que nos interessam são pagos.  Acho que instituições de pesquisa e ensino deveriam disponibilizar mais livros gratuitamente na internet (e-book), uma vez que o lucro para o autor é ínfimo, principalmente quando comparado com a satisfação de ver o seu trabalho (e o nome da instituição) difundido por todo o globo.
A versão impressa deve continuar sendo publicada, uma vez que o leitor achar o livro relevante ele compra.
Venho aqui sugerir o Download do livro da Embrpa, Biotecnologia Estado de Arte e Aplicações na Agropecuária (2011), com 21 capítulos e mais de 700 páginas.   

Conteúdo Abordado:

Capítulo 1 – Biotecnologia: uma visão geral;
Capítulo 2 – Princípio científico e análises genéticas utilizando marcadores moleculares;
Capítulo 3 – Aplicações de marcadores moleculares como ferramenta auxiliar em programas de conservação, caracterização e uso de germoplasma e melhoramento genético vegetal;
Capítulo 4 – Prospecção gênica e bioinformática;
Capítulo 5 – Genômica funcional;
Capítulo 6 – Metagenômica: princípios e aplicações;
Capítulo 7 – Biotecnologia e diagnósticos moleculares;
Capítulo 8 – Microbiologia do solo e sustentabilidade de sistemas agrícolas;
Capítulo 9 – Fixação biológica de nitrogênio: uma revolução na agricultura;
Capítulo10 – Fungos micorrízicos arbusculares: pesquisa e desenvolvimento para a agricultura;
Capítulo 11 – Biotecnologia aplicada à engenharia de alimentos;
Capítulo 12 – Interações moleculares planta-patógeno;
Capítulo 13 – Controle biológico de insetos-praga;
Capítulo 14 – Cultura de tecidos vegetais: princípios e aplicações;
Capítulo 15 – Engenharia genética: princípios científicos e aplicações;
Capítulo 16 – Biossegurança ambiental e alimentar de OGMs;
Capítulo 17 – Recursos genéticos: conservação, caracterização e uso;
Capítulo 18 – Melhoramento genético de plantas e biotecnologia;
Capítulo 19 – Análise genômica aplicada a produção animal;
Capítulo 20 – Biotecnologia aplicada a pecuária bovina;
Capítulo 21 – Biotecnologia agropecuária e propriedade intelectual.

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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Esclarecimento Sobre Transgênicos




Palestra ministrada pela então diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia - CIB, Alda Lerayer (doutora em genética e melhoramento). 

Grande parte das tecnologias citadas na palestra do ano de 2009 já são realidade (e foram temas de posts aqui no Blog). De acordo com o último dado que tomei conhecimento, somos o segundo maior produtor de transgênicos com 30.3 milhões de hectares. O ponto forte da palestra são os esclarecimentos sobre as questões jurídicas e os  possíveis danos a saúde. 
Pontos abordados na palestra: 
- Histórico sobre melhoramento genético e transgênicos;
- Regulamentação;
- Aplicações dos GM; 
- Politicas e mitos mercadológicos; 
- Zonas de amortecimento; 
- Áreas de Refúgio;
- Coexistência entre as culturas;
- Rotulagem;
-Segunda e terceira geração GM; 

Aqueles que gostaram da palestra compartilhem o post para esclarecimento geral sobre o assunto. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Documentário as 100 Maiores Descobertas da História - Genética

Sem sobra de dúvidas este é o melhor documentário sobre genética que vi até hoje.
São 46 minutos de documentário falando sobre a genética de uma maneira simples e direta como numa espécie de retrospectiva dos fatos mais marcantes de Mendel ao sequenciamento do genoma humano. É incrível o volume de assunto abordado, as entrevistas e as animações empregadas.
Resumidamente os pontos que o documentário aborda:
1-      Leis da hereditariedade;
2-      Os genes estão localizados nos cromossomos;
3-      Os genes controlam eventos bioquímicos;
4-      Transposons;
5-      O DNA carrega o material genético;
6-      RNA mensageiro;
7-      O código genético;
8-      Enzimas de restrição;
9-      Splicing alternativo do DNA;
10-   DNA minissatélite;
11-   RNA de interferência;
12-   25.000 Genes;

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Primeiro Cavalo Clonado Made In Brazil

Fotos: www.globorural.globo.com; www.blogcourage.wordpress.com

O cavalo da raça mangalarga marchador Turbante J.O. é o primeiro cavalo clonado no Brasil.
A utilização da clonagem já não é novidade. - Lembram da Ovelha Dolly em 1996?
O processo de clonagem é bastante complexo e vem avançando continuamente no decorrer dos anos, para se ter ideia o primeiro cavalo clonado nasceu em 2003 na Itália e em 2010 nossos hermanos argentinos foram os Primeiros da América Latina  a conseguirem a façanha de clonarem um cavalo da raça crioula. Como Pode ser visto o procedimento de clonagem em equinos já não é nenhuma novidade e vários cavalos caríssimos famosos foram clonados.
Afinal de contas o que é um clone?
Sei que a maioria dos leitores vai achar bobagem, mas não custa nada lembrar.
O Clone (grego  Klon = broto)  é um indivíduo geneticamente   idêntico ao outro. O processo de clonagem acorre naturalmente em alguns seres vivos (bactérias, plantas...). Se pensarmos um pouco e possível observar seres uma espécie de “clone natural” nos mamíferos, esse é o caso dos gêmeos univitelinos, que advém da divisão de um único zigoto originando dois indivíduos geneticamente idênticos.  
Então a clonagem gera indivíduos iguais?
Elementar caros amigos, foi por causa disso que sublinhei a palavra geneticamente na parte de cima do texto. Não se pode esquecer que o fenótipo (ou seja, aquilo que você pode ver) e formado pela interação do genótipo com o ambiente, vou exemplificar:
Gêmeos univitelinos são geneticamente idênticos, todavia não têm a mesma impressão digital, porque a impressão digital é formada durante a gestação. Durante a vida uterina nossa pele é bem fina e ainda não apresenta sulcos, com a movimentação do bebê no líquido amniótico (ambiente) à medida que o crescimento epitelial se desenvolve vão se formado as impressões digitais únicas.
Voltando a parte animal esse padrão de impressão digital pode ser observado nos pelos brancos na face do animal  ( fronte ou chanfro).
Complementando, o ambiente engloba o local onde o animal está , o manejo ... Influenciando na formação do animal (fenótipo) futuramente.
 O processo de clonagem pode ser resumido nas seguintes fases:
1-      As células da pele do doador são cultivadas in vitro e transferidas para o interior de um óvulo enucleado, posteriormente uma corrente elétrica e aplicada no meio onde estão inseridos os óvulos para que então ocorra a eletrofusão.
2-      Após seis ou sete dias de incubadora o embrião e transferido para a barriga de aluguel receptora onde haverá a gestação do futuro clone.
Munidos dessas informações vamos falar um pouco sobre o cavalo clonado  aqui no Brasil (finalmente !)
Turbante J.O. nasceu em 23 de dezembro 1969, em São José do Rio Pardo, na fazenda Santa Amélia; pertence à terceira geração dos animais da linhagem J.O. reg. nº 1849, alazão, 1,61 m de altura de cernelha, 1,88 m de perímetro toráxico, 0,23 m de perímetro de canela, classificação ótima com 96 pontos de registro. O turbante era considerado o exemplar perfeito sendo detentor de vários títulos da categoria, além disso, o Turbante entrou para o Guinness como cavalo que mais deixou descendentes com 1.678 filhos a danado! .
Após sua morte em 1998 (isso mesmo morreu com 28 anos), ex professor João Fleury armazenou uma biópsia de pele do cavalo que após aproximadamente 15 anos “adormecida” em nitrogênio líquido reviveu esses “genes”  privilegiados. A principal vantagem da clonagem do Turbante é a possibilidade de continuar explorando todo o potencial genético do animal com proles que sejam tão boas quanto o genitor. Resumindo a Clonagem pode ser utilizada além do exemplo do Turbante para a clonagem de animais castrados ou ainda que morreram precocemente, sendo fonte de alelos favoráveis para futuros campeões.
Assista um vídeo do Turbante J.O. 




Fontes:

www.geneticjump.com.br
www.portal.unifeob.edu.br
www.revistagloborural.globo.com
www.portaldoprofessor.mec.gov.br
www.ultimosegundo.ig.com.br
www.newserrado.com

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Genetics e Genomics: Of Global Healf and Sustainability



No ano de 2013, a Organização do Genoma Humano  e a Federação Internacional de Genética  combinaram seus esforços para explorar dois dos temas mais importantes deste século: a saúde humana e sustentabilidade global. A conferência conjunta, intitulada "Genética e Genômica Saúde Global e Sustentabilidade” será realizada na cidade vibrante e cosmopolita de Cingapura.
Com o aumento do tamanho e idade das populações humanas, a carga imposta por doenças crônicas na saúde pública e no bem-estar pessoal está aumentando. Os avanços na manipulação das doenças gerarão novos insights sobre a base molecular de patologias reveladas pelas investigações genéticas e genômicas. Da mesma forma, as alterações climáticas, escassez de recursos e degradação ambiental levantam a urgência de soluções avançadas para os desafios econômicos e ecológicos colocados pela crescente população mundial e em desenvolvimento.

Esta conferência irá explorar a interface entre a saúde dos indivíduos para a saúde do planeta. Além da genética e genômica de doenças humanas, será abordado: doenças infecciosas, terapias celulares, medicina personalizada em modelos animais, biologia vegetal, genômica comparativa, mecanismos genéticos básicos, melhoria de gado, genômica avançada tecnologias, a política de governo e da gestão de uma bioeconomia.

Clique aqui para acessar o site do Evento.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

IV Simpósio Brasileiro de Genética Molecular de Plantas



Esta será a quarta edição do Simpósio Brasileiro de Genética Molecular de Plantas (SBGMP), que teve sua primeira edição em março de 2007 em Natal, RN, como resultado do esforço de um grupo de pesquisadores brasileiros da área vegetal. O segundo Simpósio foi realizado em março de 2009 na Armação dos Búzios, RJ. O terceiro ocorreu em abril de 2011 em Ilhéus, na Bahia.
Esses encontros foram inesquecíveis e contribuiram para que hoje o SBGMP seja considerado o mais importante encontro da comunidade científica brasileira da área de genética vegetal. 
O IV Simpósio Brasileiro de Genética Molecular de Plantas é resultado de um esforço conjunto da Sociedade Brasileira de Genética e da comunidade científica brasileira de genética vegetal. O objetivo é destacar a necessidade de nosso país em estimular cada vez mais a formação de cientistas com uma base sólida e fundamentada em biologia vegetal. Considerando-se a relevância da agricultura para a economia brasileira, o simpósio pretende aproximar os principais pesquisadores envolvidos tanto em pesquisa básica quanto no uso eficiente de ferramentas genômicas aplicadas ao melhoramento e à Biotecnologia vegetal.
As sessões temáticas deverão enfatizar a evolução e a biodiversidade, as respostas a diferentes tipos de estresses, regulação do desenvolvimento, a epigenética, transporte e direcionamento de proteínas, metabolismo mineral, hormônios vegetais e sinalização, genômica funcional e comparativa, biocombustíveis, biotecnologia vegetal e novas tecnologias.
O evento irá destacar os avanços recentes na pesquisa em genética molecular vegetal, promover interações entre cientistas brasileiros e líderes mundiais na área, e proporcionar oportunidades para que pesquisadores seniors estabeleçam contatos com jovens cientistas, recém-doutores e estudantes. 
Serão ao todo 6 conferências e 13 simpósios que abordarão diferentes temas da genética molecular de plantas, selecionados para atrair cientistas de todo o mundo para Bento Gonçalves, a fim de compartilhar as suas mais recentes descobertas. 
Bento Gonçalves é a Capital Brasileira da Uva e do Vinho. A cidade, com cerca de cem mil habitantes, é a 1ª em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Sul e a 6ª do Brasil. Bento Gonçalves oferece toda a infra-estrutura para que os visitantes desfrutem da gastronomia, do lazer e dos costumes deste povo hospitaleiro.
O comitê organizador fará o melhor para que o IV SBGMP seja um encontro cientificamente valioso e socialmente agradável. Não percam esta oportunidade.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Manifesto da SBG Sobre Ciência e Criacionismo

                                                                                                                                                                                   Foto: www.eweb4.com
Segue abaixo o texto retirado na integra do site da Sociedade Brasileira de Genética (www.sbg.org.br).


A Sociedade Brasileira de Genética (SBG) vem a público comunicar que não existe qualquer respaldo científico para ideias criacionistas que vêm sendo divulgadas em escolas, universidades e meios de comunicação. O objetivo deste comunicado é esclarecer a sociedade brasileira e evitar prejuízos no médio e longo prazo ao ensino científico e à formação dos jovens no país.

A Ciência contemporânea é a principal responsável por todo o desenvolvimento tecnológico e grande parte da revolução cultural que vive a sociedade mundial. A Biologia do século XXI começou a se fundamentar como uma Ciência experimental bem estabelecida com a publicação das primeiras ideias sobre Evolução Biológica por Charles Darwin e Alfred Wallace, em meados do século XIX. Esta Teoria científica unifica todo o conhecimento biológico atual em suas várias disciplinas das áreas da saúde, ambiente, biotecnologia, etc. Além disso, a Teoria Evolutiva explica, com muitas evidências e dados experimentais, a origem e riqueza da biodiversidade, incluindo as espécies existentes e extintas, de nosso planeta.


Como as Teorias de outras áreas da Ciência, como Física (Gravitação, Relatividade, etc) e Química (Modelo Atômico, Princípio da Incerteza, etc), a Evolução Biológica está fundamentada no método científico, investigando fenômenos que podem ser medidos e testados experimentalmente. 

O processo científico é contínuo, incorporando constantemente as novas descobertas e aprofundando o conhecimento humano sobre os seres vivos, a Terra e o Universo. É isso que temos visto acontecer com o estudo da Evolução Biológica nos últimos 150 anos, período no qual uma enorme quantidade de dados confirmou e aprimorou a proposta original de Darwin e Wallace.  No entanto, as perguntas e as causas sobrenaturais não fazem parte do questionamento hipotético e nem das explicações em todas as Ciências experimentais modernas. Por exemplo, a pergunta “Deus existe?” pode ser discutida por filósofos e cientistas (como pessoas com diferentes crenças, opiniões e ideologias), mas não pode ser abordada e respondida pela Ciência.

Frequentemente são divulgados fenômenos que não podem ser explicados por uma Ciência devido a limitações do conhecimento no século XXI, tal como a gravidade no nível atômico, algumas propriedades da molécula da água ou a evolução das primeiras formas de vida há mais de 3,5 bilhões de anos. Para temas como estes, algumas pessoas argumentam com variantes de uma clássica falácia: “se a Ciência não explica, é porque a causa é sobrenatural”. Este argumento é utilizado por inúmeros criacionistas, incluindo os adeptos da Terra Nova, da Terra Antiga e da crença do Design Inteligente. Curiosamente, algumas dessas versões criacionistas se apresentam ao grande público como produto de “estudos científicos avançados”, como se fossem parte da atividade discutida em congressos científicos em diversos países, no Brasil inclusive. Nessas versões, a Teoria Evolutiva é deturpada, como se pouco ou nenhum trabalho científico tivesse sido efetuado desde sua proposta há mais de 150 anos, demonstrando um total desconhecimento dos milhares de resultados e evidências que consolidam essa Teoria.
 Alguns raros criacionistas são cientistas produtivos em suas áreas específicas de atuação, que não envolvem pesquisas na área da Evolução Biológica. Mas quando abordam o criacionismo, falam de sua crença particular e não das pesquisas que estudam e publicam. Como perguntas e explicações criacionistas não podem ser testadas pelo método científico, estes pesquisadores estão apenas emitindo uma opinião pessoal e subjetiva, motivada geralmente por uma crença religiosa.

Com o objetivo de informar à sociedade, inúmeros cientistas, filósofos e educadores da área biológica têm apresentado várias críticas substantivas às diferentes versões criacionistas, demonstrando seus alicerces na crença e não no questionamento científico, erros elementares e significativas falhas conceituais em sua formulação, a falta de evidências, assim como deturpações dos fatos e métodos científicos. Essas críticas têm sido divulgadas no Brasil e em vários países, sendo que algumas podem ser lidas nos sites da internet indicados abaixo. Reconhecendo que a divulgação destas ideias criacionistas representa uma deterioração na qualidade do ensino de Ciências, a Sociedade Brasileira de Genética (SBG) vem aqui ratificar que a Evolução Biológica por Seleção Natural é imensamente respaldada pelas evidências e experimentações nas áreas de Genética, Biologia Celular, Bioquímica, Genômica, etc. Além disto, reiteramos que, como qualquer outra Teoria científica, a Evolução Biológica tem sido remodelada com a incorporação de várias novas evidências (incluindo da área de Genética), tornando suas hipóteses e explicações mais complexas e robustas a cada ano, desde a primeira publicação de Charles Darwin em 1859.

Esta manifestação da SBG visa comunicar de forma muito clara à Sociedade Brasileira que não existe qualquer respaldo científico para ideias criacionistas (incluindo o Design Inteligente) que têm sido divulgadas em algumas escolas, universidades e meios de comunicação. Entendemos que explicações baseadas na fé e crença religiosa, e no sobrenatural podem ser interessantes e reconfortantes para muitas pessoas, mas não fazem parte do conteúdo da pesquisa ou de disciplinas científicas nas áreas de Biologia, Química, Física etc. Ao lado do respeito à liberdade de crença religiosa, deve ser também observado o respeito à Ciência que tem enfrentado todo tipo de obscurantismo político e religioso, de modo similar às situações vividas por Galileu Galilei e o próprio Charles Darwin. Mesmo com toda a limitação do método científico e dos recursos tecnológicos em cada época, a Ciência alargou o conhecimento humano e o entendimento científico dos mais diversos fenômenos. A SBG reitera os princípios que vem defendendo ao longo de seus 58 anos de existência e reafirma que o ensino da Ciência, em todos os níveis, deve se dedicar à sua finalidade precípua, em respeito ao ditame constitucional da qualidade da educação, sem deixar-se perverter pela pseudociência e pelo obscurantismo político ou religioso.
Alguns criacionistas também utilizam o argumento de que a Ciência brasileira é retrógrada (ou “tupiniquim”, como a chamam), afirmando que o criacionismo é “aceito” no exterior, mas a Ciência é unânime em todos os países sobre este assunto, o que pode ser verificado no final deste documento em vários textos parecidos com este, sancionados por organizações científicas e educacionais de várias partes do mundo.

Concluímos que, embora o criacionismo possa ser abordado como explicações não científicas em disciplinas de religião e de teologia, estas versões criacionistas não podem fazer parte do conteúdo ministrado por disciplinas científicas. Entendemos que o ensino científico de boa qualidade no Brasil e em outros países depende da compreensão da metodologia científica, de suas potencialidades e de suas limitações, além da discussão de evidências e dados experimentais. No entanto, interpretações e ideias pseudocientíficas (criacionismo, astrologia etc) prejudicam seriamente o Ensino Científico de qualidade e o desenvolvimento do país.


Documentos oficiais divulgados por organizações científicas e educativas
Resolução da Associação Americana para o Avanço das Ciências (AAAS - EUA)
www.aaas.org/news/releases/2002/1106id2.shtml
Texto oficial da National Academies dos EUA que congrega a Academia Nacional de Ciências (NAS), Academia Nacional dos Engenheiros, Instituto de Medicina e Conselho Nacional de Pesquisas
http://nationalacademies.org/evolution/IntelligentDesign.html
Centro Nacional para Educação Científica (NCSE - EUA)
http://ncse.com/creationism
Academia Australiana de Ciências (Austrália)
http://www.science.org.au/policy/creation.html
Conselho de Ciências do Reino Unido
http://www.sciencecouncil.org/content/scientific-opinion-creationism-and-intelligent-design
Centro Britânico para Educação Científica (Reino Unido) – destacando a estratégia criacionista na imprensa e escolas, tentando deturpar o ensino científico
http://www.bcseweb.org.uk
Sociedade Internacional sobre Ciência e Religião (Reino Unido)
http://www.issr.org.uk/issr-statements/the-concept-of-intelligent-design
Ensinando Ciência – artigo da UNESCO sobre importância dos princípios e conceitos científicos na educação
http://www.ibe.unesco.org/fileadmin/user_upload/Publications/Educational_Practices/EdPractices_17po.pdf



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