domingo, 24 de março de 2013

Dama de Ferro: a Nova Variedade de Tomate Americana com Tripla Resistência


O Dama de Ferro (Iron Lady) é o primeiro tomate resistente às três principais doenças fúngicas (pinta preta, requeima e septoriose) que assolam os produtores de Nova York há anos. Este novo tomate reduz drasticamente a necessidade do uso de fungicidas. A variedade foi desenvolvida pela professora da Universidade de Cornell, Martha Mutschler-Chu.
Mutscher-Chu trabalhou com a pesquisadora Stella Zitter e o fitopatologista Tom Zitter para criar resistência a Septoria. A resistência a requeima foi fornecida pela combinação de dois genes, Ph2 e Ph3, além disso a variedade também possui tolerância à pinta-preta, resistência a Septoria,  Verticillium e murcha de Fusarium, patógenos comuns a nas variedades de tomate.
A tolerância a pinta-preta não é tão forte, de modo que a necessidade ao uso de fungicidas não pode ser completamente eliminada, mas, Mutschler-Chu uniu-se com o professor Tom Zitter para identificar e criar um fungicida com o menor impacto ambiental possível.
Mutschler-Chu disse que queria disponibilizar o Dama de Ferro para os produtores rapidamente por causa da necessidade real e imediata. "Temos variedades ainda melhores a caminho", disse ela. "Estamos testando a segunda geração de híbridos agora".
 Mutschler-Chu e sua equipe criaram marcadores moleculares que podem ser utilizados para detectar a presença dos genes Ph2 e Ph3 em plantas. "Uso de marcadores reduz pela metade o número de gerações" disse ela. "Desenvolvimento de um marcador semelhante para o gene de resistência Septoria está em fase de conclusão".
Mutschler-Chu está compartilhando suas descobertas com cientistas e empresas de sementes, de modo que as características de resistência podessam ser incorporadas em outras variedades.

Fonte: 
http://www.news.cornell.edu


quinta-feira, 14 de março de 2013

Entrevista com o "Pai da Soja" - Romeu Kiihl



Romeu Afonso de Souza Kiihl  formou-se em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (1965), fez mestrado em Melhoramento Vegetal pela Mississippi State University (1968) e doutorado em Agronomia Vegetal pela Mississippi State University (1976) . Atualmente é Pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso e Pesquisador da TMG -Tropical Melhoramento e Genética Ltda.
O engenheiro Agrônomo é denominado o "pai da soja" no Brasil. Reconhecido pelo feito de adaptar plantações de soja à região do cerrado, até então, uma terra inóspita ao cultivo de grãos por apresentar solos ácidos e de baixa fertilidade. Para o cultivo de soja em baixas e médias latitudes, utilizaram-se somente métodos de melhoramento convencionais, principalmente cruzamentos e retrocruzamentos modificados, até atingir condições de plantio muito diferentes daquelas de origem.
Na entrevista ao cedida ao Mercado & CIA o Dr. Romeu Kiihl fala um pouco do cenário atual do cultivo da soja no pais e deixa claro que o melhoramento genético esta sendo bem conduzido, mas o manejo da cultura tem que ser aplicado pelos agricultores.
Conversei ontem com um dos organizadores do 7º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, que acontecerá entre os dias 5 a 8 de agosto em Uberlândia-MG (programação oficial completa na semana que vem) e soube que o Dr. Romeu Kiihl será um dos palestrantes. Certamente valerá a pena assistir a palestra de um profissional  com quase 50 anos de experiência. 

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Genética do Comportamento - Domesticação




Após assistirem este vídeo faço a seguinte pergunta, vocês acreditam que não existem fatores genéticos que  influenciam no comportamento?   
O vídeo mostra claramente como o processo de domesticação pode ter acontecido de maneira bem mais rápida que imaginávamos. É fácil de perceber que  o efeito do ambiente (trocar os filhotes de genitoras) não influenciou no comportamento, ao final do vídeo,  é  apontado que  outras possíveis características fenotípicas  foram estabelecidas  com o processo de domesticação.
Quando assisti a este vídeo veio em minha mente uma questão que esteve bastante em pauta no mês passado, o vídeo do geneticista Eli contradizendo o pastor Silas por meio de estudos que apontavam possíveis fatores genéticos que influenciam no comportamento humano na questão da escolha sexual. Ao menos para mim fica bem evidente que fatores genéticos podem influenciar (juntamente com  outros fatores) no comportamento.
Era para este post terminar agora, todavia, a sociedade brasileira de genética fez um manifesto hoje comentando sobre o caso ( coincidentemente duas horas depois deste post a SBG lançou esse manifesto, acabei formatando o post original para acrescentar o manifesto da SBG). Segue o texto retirado na íntegra do site da SBG.  
"A Sociedade Brasileira de Genética endossa as informações fornecidas pelo biólogo Eli Vieira em resposta ao pastor e psicólogo Silas Malafaia acerca das bases genéticas da orientação sexual.

A orientação sexual humana é uma característica multifatorial, influenciada tanto pelos genes como também pelo ambiente. Há fortes evidências de que o substrato neurobiológico para a orientação sexual já está presente nos primeiros anos de vida. Não há evidência de nenhuma variável ambiental controlável capaz de modificar de maneira permanente a orientação sexual de um indivíduo. Assim, essa faceta do comportamento humano é resultado de uma interação complexa entre genes e ambiente, em que nenhum dos dois tem efeito determinante por si só. Alegar que a genética nada tem a contribuir na compreensão da origem deste comportamento é ignorar meio século de avanços na nossa área.

Entendemos, também, que os fatos acerca dessa questão são desvinculados do debate ético sobre os direitos das pessoas que manifestam orientações sexuais e identidades de gênero.

No entanto, neste momento histórico em que o físico Stephen Hawking faz campanha para que o governo britânico se retrate pelos males que causou a Alan Turing, homossexual e pai do computador, expressamos que nós, como cientistas, desejamos um mundo mais igualitário, em que as pessoas não sejam julgadas pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, mas apenas pela firmeza de seu caráter. Um mundo assim é um mundo mais receptivo ao pensamento científico, que se constrói de forma humilde e tentativa, em vez de dogmática e impositiva."