quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Parasita transgênico para vacinar o gado.


Por Wisley Tomaz
Um grupo de cientistas ingleses do Conselho de Pesquisas de Biotecnologia e Ciências Biológicas(BBSRC, na sigla em inglês) desenvolveuuma técnica que utiliza um parasita do gado, mas que não oferece riscos à sua saúde, para levar medicamentos até a corrente sanguínea.O método consiste em inserir o material genético da vacina no DNA do parasita para que ele entre em contato com o sangue do hospedeiro e libere pequenas quantidades de vacina ao longo do tempo.
O tratamento poderá oferecer resistência por longo tempo contra doenças como a febre aftosa, a tuberculose bovina, entre outras. Os cientistas afirmam que a técnica também pode ser adaptada para levar medicamentos que atuam contra outras doenças comuns ao gado. Segundo o pesquisador líder do projeto, Keith Matthews, da Escolade Ciências Biológicas da Universidade de Edimburgo, o método tem potencial para prevenir muitas doenças. Ele explica que essa abordagem na proteção de animais é um exemplo de como anos de pesquisa podem levar ao desenvolvimento de um produto economicamente viável.
Aftosa -
No Brasil o processo mais aconelhável é a vacinação periódica dos rebanhos, assim como a vacinação de todos os bovinos antes de qualquer viagem. Em geral a vacina contra a febre aftosa é aplicada a cada seis meses a partir do 3º mês de idade.
Antes da aplicação da vacina devem ser obedecidas as recomendações do fabricante e alguns cuidados devem ser rigorosamente observados tais como a conservação adequada e o transporte do revendedor até a propriedade, que deve ser feito em caixas térmicas com gelo. Já a dose a ser aplicada em cada animal deve ser aquela indicada no rótulo da vacina.
Uma dosagem menor do que a indicada pelo fabricante não vai oferecer aos animais a proteção desejada. Não devem ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e, em conseqüência, diminuir a quantidade de vacina aplicada. A vacina deve ser aplicada embaixo da pele.
Os animais sadios deverão ser sempre vacinados, pois os doentes ou mal alimentados não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação com o médico veterinário. Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias de sua aplicação. Se os animais apresentarem a doença antes desse prazo é sinal que já estavam com a doença quando foram vacinados, mas ainda não tinham manifestado seus sintomas. 
Fonte:
www.gazetadigital.com.br

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Eugenia: Biologia Como Farsa.


por Pietra Diwan
Inglaterra, século XIX. As transformações desencadeadas pela segunda fase da Revolução Industrial alteram profundamente a vida social. O medo burguês da multidão nascente, aliado ao triunfo do discurso científico, encontra na biologia um meio de pôr ordem no aparente caos social: reurbanização, disciplina e políticas de higiene pública deveriam ser aplicadas com a finalidade de prevenir a degradação física dos trabalhadores para evitar prejuízos na economia.
 
Em meio ao clima de crença inabalável na ciência, o naturalista inglês Charles Darwin publica em 1859 o livro fundador do evolucionismo: A origem das espécies. As descobertas de Darwin mostravam que no mundo animal, na permanente luta pela vida, só os mais bem adaptados sobrevivem e os mais bem “equipados” biologicamente têm maiores chances de se perpetuar na natureza. As teses de Darwin logo são transportadas para outros campos do conhecimento em uma tentativa de explicar o comportamento humano em sociedade. Surge assim o darwinismo social, que apresenta os burgueses como os mais capazes, os mais fortes, os mais inteligentes e os mais ricos.

O cenário estava armado para que o primo de Darwin, o pesquisador britânico Francis Galton, se apropriasse das descobertas do naturalista para desenvolver uma nova ciência. Seu objetivo: o aperfeiçoamento da espécie humana por meio de casamentos entre os “bem dotados biologicamente” e o desenvolvimento de programas educacionais para a reprodução consciente de casais saudáveis. Seu nome: eugenia.

Os métodos propostos pelos entusiastas da nova ciência, porém, não se resumiam à criação de um “haras humano”, povoando o planeta de gente sã, como propunham os defensores da “eugenia positiva”. No outro extremo, a “eugenia negativa” postulou que a inferioridade é hereditária e a única maneira de “livrar” a espécie da degeneração seria utilizar métodos como a esterilização, a segregação, a concessão de licenças para a realização de casamentos e a adoção de leis de imigração restritiva.
Inicialmente com pouca repercussão na Inglaterra, a doutrina começou a ganhar espaço nos meios intelectuais e acadêmicos mundiais a partir do início do século XX. Foi nos Estados Unidos e na Alemanha que as palestras e conferências de divulgação realizadas por Galton tiveram maior repercussão e os princípios da nova ciência começaram a ser colocados em prática. Hoje, quando pensamos em eugenia, é inevitável a associação imediata à Alemanha nazista, mas foram os Estados Unidos que implementaram o mais bem-sucedido e organizado plano de eugenização social da história, que segue ativo até os nossos dias.
Entre o ano de 1905 e a década de 20, instituições eugênicas proliferaram por todo o território americano. A principal delas, o Eugenics Record Office (ERO), foi dirigida pelo geneticista Charles Davenport, o maior representante da eugenia americana. A primeira lei de esterilização americana foi aprovada em 1907, no estado de Indiana, e estima-se que mais de 50 mil pessoas tenham sido esterilizadas entre 1907 e 1949 em todo o país, considerando que a última lei do gênero foi revogada somente na década de 70.

Os estudos médicos apresentados pelo Comitê de Imigração contribuíram para a aprovação do Johnson-Reed Immigration Restriction Act of 1924, lei que restringiu a imigração e acabou com a política open-door (portas abertas) nos Estados Unidos para impedir o “suicídio da raça”. Um gigantesco aparato institucional financiado por grandes corporações industriais divulgou a eugenia aos quatro cantos do mundo. Com dinheiro do petróleo, a Fundação Rockefeller financiou e apoiou a prática na França, na Suécia e na Alemanha. Apesar de o prestígio da teoria ter entrado em declínio depois dos excessos do nazismo, as instituições eugênicas sobreviveram, ainda que com outros nomes, e muitas delas funcionam até hoje.
Fonte:
http://www.uol.com.br 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Novas variedades resistem à seca intensa

 

Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de Piracicaba (SP), apresenta ao mercado duas variedades de cana que resistem à adversidades e não florescem

por Viviane Taguchi 
 
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), localizado em Piracicaba, no interior de São Paulo, apresentou nesta semana, duas novas variedades de cana-de-açúcar, a CTC23 e a CTC24. As varietais também já foram oficialmente ofertadas no mercado e já podem ser utilizadas em canaviais da região Centro-Sul.
Segundo Arnaldo José Raizer, pesquisador do centro, as duas novidades são indicadas, principalmente, para finais de safra, período em que a planta perde significativos teores de sacarose. "Elas também são resistentes à secas intensas e não florescem", afirma o cientista.

Raizer disse que a CTC23 e a CTC24 apresentaram avanços impressioanantes nos campos experimentais, principalmente os localizados em regiões com grande déficit hídrico, como o Cerrado (o CTC instalou 40 áreas de testes em todas as regiões produtoras). "Os experimentos, realizados desde a safra 2009/2010, apontaram que estas variedades têm alto teor de sacarose em fins de ciclos, aumentando a produtividade do canavial", explicou o cientista.

O principal objetivo das duas varietais é elevar a produtividade dos canaviais, driblando as intempéries climáticas (seca intensa em determinados períodos do ciclo da cana) e adaptando a planta à mecanização. "As soqueiras das duas variedades demonstraram ótima brotação e longevidade, inclusive na colheita mecanizada de cana crua", revela Raizer.  
A CTC23 e a CTC24 são espécies resistentes às principais doenças e pragas da cultura. Mas o que Raizer mais destacou é a capacidade destas plantas resistirem à seca e evitarem o florescimento, processo que inviabiliza a utilização da planta para processamento. Raizer estima que, somente na safra 2011/2012, a atual, a perda de matéria-prima provocada pelo florescimento seja de 4%. Segundo ele, o florescimento ocorre quando, em períodos de seca intensa, a planta da cana cresce demais, formando uma espécie de pluma (flor) no ápice das folhagens.

O fenômeno ocorreu principalmente nos canaviais da região oeste de São Paulo neste ciclo. "As regiões de São José do Rio Preto e de Araçatuba foram altamente afetadas por este problema, provocado exclusivamente pelo clima", explicou. "O florescimento da cana é fundamental para nos fornecer material genético, mas é péssimo para a comercialização".

Marcelo Britto, gerente agrícola da Usina Jalles Machado e Otávio Lage, ambas localizadas em Goiás, cultiva nos canaviais do grupo as duas variedades mais populares utilizadas no Brasil, a RB867515 e a SP813250 e mais recentemente, tornou-se parceira do CTC para testar a CTC23 e a CTC24. "Realmente percebemos que houve uma maior produtividade e tivemos menos perdas referentes aos fatores climáticos, além de biomassa exuberante", revela Britto.

Segundo ele, nenhuma das duas variedades floresceu nos 45 mil hectares plantados em região do Cerrado. "Foi muito positivo. Em 2010, a queda de produtividade foi muito acentuada e, em 2011, este comportamento das plantas foi semelhante. A busca por variedades que evitem mais perdas é fundamental para qualquer usina", diz ele.

As novas variedades vêm sendo desenvolvidas há mais de dez anos, período normal para o processo neste setor (levando-se em conta que a cana-de-açúcar é uma cultura de longo prazo). Para chegar às CTC23 e CTC24, o CTC investiu R$ 150 milhões.
Fonte:
http://revistagloborural.globo.com

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Pesquisadores da USP utilizam mosquito transgênico para suprimir população de Aedes aegypti no bairro de Itaberaba em Juazeiro (BA)


Os benefícios proporcionados pela biotecnologia, cada vez mais evidentes nas lavouras do mundo inteiro, estão próximos de alcançar também um dos maiores desafios das políticas públicas de saúde: o controle de insetos. Pesquisa que está em fase final de desenvolvimento na Bahia utiliza mosquitos geneticamente modificados no combate ao Aedes aegypti, vetor responsável pela transmissão da dengue - doença que afeta pessoas em mais de 100 países e que, somente no Brasil, entre janeiro e agosto de 2011, registrou 608 mil casos.
“A alta capacidade reprodutiva dos mosquitos, somada ao custo de manutenção de programas públicos e às populações resistentes aos inseticidas, tornam falho o controle de vetores”, explica a professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP) Margareth Capurro, responsável pelo estudo de campo no bairro de Itaberaba, em Juazeiro, Bahia. O projeto utiliza a biotecnologia a favor da saúde pública e do controle da dengue, e é uma parceria do ICB/USP com as empresas Moscamed e Oxitec. “Outros países estão testando essas linhagens, mas o Brasil é o primeiro da América Latina nesse tipo de pesquisa para a dengue”, conta a pesquisadora.
Segundo Margareth, o principal desafio do projeto “é avaliar se linhagens transgênicas podem suprimir populações de mosquitos”. Neste caso, a linhagem usada de mosquito transgênico é a OX513A do Aedes aegypti. “Nossa intenção é controlar o mosquito e, como consequência, barrar a transmissão do vírus”, explica Danilo Carvalho, gerente do projeto em Juazeiro. “Erradicar a espécie é uma tarefa complicada e não acreditamos que isso seja possível, já que o mosquito é extremamente adaptado e adaptável ao ambiente onde o homem está inserido. Porém, reduzir significativamente o número de mosquitos é possível e é nisso que acreditamos”, avalia Carvalho.
Técnicas inovadoras
De acordo com os especialistas da USP, o controle genético dos insetos funciona da seguinte maneira: os machos carregam um gene letal para a prole. As proles de todas as fêmeas que copularem com os machos transgênicos não sobrevivem. Trata-se de um sistema transgênico, espécie-específico que induz letalidade nos organismos portadores do transgene, que passa então a ser uma característica da espécie. A técnica é conhecida como RIDL (Liberação de Insetos Carregando um Sistema Letal de Genética Dominante) e baseia-se na criação massiva e liberação na natureza de um grande número de mosquitos machos geneticamente modificados a fim de copularem com fêmeas silvestres, gerando larvas que morrerão nos primeiros dias de desenvolvimento - em geral em até cinco dias, - antes de atingirem condições de transmitir a dengue. Carvalho explica que o motivo da escolha da técnica de RIDL está alinhado com o objetivo do projeto, que é apenas suprimir geneticamente a espécie na região, e não inserir um novo gene na população de mosquitos. “Para a larva continuar viva, é necessária a ingestão de um antibiótico (antídoto), caso contrário, ela morre”, explica. “E quando morre no ambiente natural, leva com ela o gene modificado”, completa o pesquisador.
A principal diferença entre este modelo de controle e os inseticidas comumente usados é a especificidade. “Este pode ser considerado um “inseticida específico” para os Aedes, pois não afeta nenhum outro inseto. Os inseticidas químicos afetam tanto o mosquito como os insetos benéficos, como, por exemplo, as abelhas”, explica Margareth.
Para mensurar os resultados, os pesquisadores utilizam dois métodos: o primeiro é o próprio monitoramento, pois quando o macho transgênico copular com a fêmea selvagem, todos os filhos apresentarão o gene letal e será possível identificar a marcação genética promovida por uma proteína fluorescente (DsRed). “É desse modo que podemos afirmar que os mosquitos copularam no campo e inferir que, quanto mais larvas transgênicas forem encontradas, mais os machos transgênicos estão funcionando”, diz Danilo. “A outra metodologia é fazer uma recaptura dos insetos. Nesse caso, fazemos uma segunda marcação dos mosquitos a serem liberados com um pó fluorescente e, por meio de armadilhas ou aspirações, podemos dizer a proporção de machos (selvagens e transgênicos) e fêmeas, pois quando a proporção de selvagens diminuir, significa que estamos em quadro de supressão”, finaliza.

A Oxitec fez o mesmo estudo nas Ilhas Cayman entre 2009 e 2010 e, por isso, é parceira do projeto. A experiência caribenha, recentemente publicada na revista Nature Biotechnology, liberou três milhões de mosquitos transgênicos numa pequena área que foi capaz de reduzir a população da espécie em 80% ao longo de seis meses.
Resultados
Até o momento, os pesquisadores encontraram 40% do total de larvas transgênicas capturadas nas ovitrampas (armadilhas com larvicida que atraem o mosquito), sendo que, para iniciar o quadro de supressão, é necessário atingir 50% das larvas. “Por essa razão estamos trabalhando para aumentar nossa produção e atingir o estágio de supressão em breve”, resume Danilo. 
A equipe vem realizando uma comunicação intensa com a população de Juazeiro, com visitas às casas dos moradores, palestras nas escolas e comunidades, entrevistas em rádio e TV, folhetos explicativos e manutenção da informação diária pelo twitter. “Os habitantes foram bastante receptivos, entenderam a proposta do projeto e reagiram positivamente”, conta Margareth, que junto ao seu time de especialistas, já está preparando a extensão do projeto por meio do monitoramento de outras localidades aprovadas pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) para receber os mosquitos transgênicos.
Fonte:
www.monsanto.com.br


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PCR: Detectando mutações; Descobrindo quem é o pai e solucionando crimes kkkk



Em 1993, Kary Mullis, um geneticista ao serviço da Cetus, uma empresa de Biotecnologia da Califórnia, recebeu o prémio Nobel da Química pelo desenvolvimento de um método que permite sintetizar, em poucas horas e in vitro, uma grande quantidade de um determinado fragmento de DNA. Esta técnica faz parte integrante da moderna biotecnologia molecular, tendo trazido um enorme progresso a áreas como o diagnóstico de doenças, medicina forense entre muitas outras para além da Investigação em Biologia.

A técnica de PCR (polymerase chain reaction - reação em cadeia pela polimerase) baseia-se no processo de replicação de DNA que ocorre in vivo

Para realizar PCR são necessárias pequenas quantidades do DNA alvo, um tampão salino contendo a polimerase, oligonucleótidos iniciadores, os quatro desoxinucleótidos constituintes do DNA e o cofactor Mg2+. Esta mistura é submetida a vários ciclos de amplificação que consistem em:

Desnaturação do DNA alvo pelo calor (tipicamente 1 minuto a 94-96ºC), de modo a separar as duas cadeias

Associação dos iniciadores por ligações de
hidrogênio ao DNA alvo em cadeia simples. Para permitir essa associação, a mistura de reacção é arrefecida (tipicamente a temperaturas entre 50 e 65ºC, durante 1 minuto; a temperatura a usar depende da % GC da sequência a amplificar)

Extensão dos iniciadores através da síntese da cadeia complementar de cada cadeia molde, catalisada pela DNA polimerase (tipicamente 1 minuto a 72ºC)

O processo envolvendo estes três passos, pode ser repetido várias vezes (25 a 30 ciclos) sendo possível aumentar, em cada ciclo, duas vezes a concentração de DNA pré-existente
.
Guanina -Timina - Citosina e Adenina (GTCA) são bases nitrogenadas encontradas no DNA todas com exceção da Timina(T) são encontradas no RNA, onde (T) é substituído por Uracila(U). Quando o DNA está em dupla hélice, as bases estão na forma mais estável quando emparelhadas com a sua base complementar: Adenina (A) com Timina (T) ou Uracila (U), e Citosina (C) com Guanina (G). Sendo que no DNA só aparecem as bases ATGC, onde A pareia com T através de duas ligações de Hidrogênio e G pareia com C através de três ligações de Hidrogênio, isso é chamada regra de Chargaff. A base Uracila só parece no RNA.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desafiando a Ciência



O nascimento de um bebê loiro e de olhos azuis intrigou os especialistas em genética e causou espanto em uma família de Woolwich, sul de Londres. O motivo é que os pais da menina, batizada de British Nmachi Ihegboro, são negros e segundo eles, sem ascendência branca. As informações são do jornal The Sun. Mesmo com a diferença de cor o pai declarou que tem certeza que a recém nascida é sua filha. "Eu só não sei por que ela é loira", disse Ben, 44 anos, pai da menina. "Não sabemos de qualquer ascendência branca. Ficamos imaginando se fosse uma deformação genética", afirmou Ben.

Segundo os especialistas do Hospital Queen Mary, a menina não é albina. A mãe da criança, Ângela, 35, considera o nascimento um milagre. Nmachi, cujo nome significa "Beleza de Deus" na Nigéria, Terra Natal do casal, tem confundido os especialistas de genética, isto porque, Ben e sua esposa não têm histórico familiar de raça mista. O professor Bryan Sykes, diretor de Genética Humana da Universidade de Oxford, chamou o nascimento de "extraordinário". "Nos seres humanos pardos, os filhos podem herdar a variante mais leve do tom de pele - e isso pode ser por vezes surpreendentemente diferente da pele dos pais", disse o especialista.

"Esses casos podem acontecer quando existe uma grande quantidade de mistura genética, como em populações afro-caribenhos. Mas na Nigéria há pouca mistura". Sykes considera que seria necessário algum tipo de ascendência branca para que uma versão pálida dos genes dos pais fossem transmitidos ao filho. No entanto, ele acrescentou: "O cabelo é extremamente incomum. Mesmo muitas crianças loiras não têm cabelo como este no nascimento".

O especialista disse que algumas mutações desconhecidas podem ser a explicação mais provável. "As regras da genética são complexas e ainda não entendemos o que acontece em muitos casos", disse. O nascimento surpreendente ocorre cinco anos depois que Kylie Hodgson se tornou mãe de filhas gêmeas - uma branca e outra preta - em Nottingham. Kylie, 23 anos, e seu parceiro Remi Horder, hoje com 21, são mestiços. Mesmo assim as chances para ocorrências nesses casos foram estimadas em uma para um milhão.
Fonte:
www.noticias.terra.com.br