Em outubro de 1997, a FAPESP apresentou o Programa Genoma da FAPESP, que priorizava a qualificação de pesquisadores e de grupos de pesquisa em genômica.
O primeiro projeto de pesquisa, realizado em parceria com o Fundo Paulista de Citricultura (Fundecitrus), foi o seqüenciamento genético da bactéria Xylella fastidiosa, que causa uma doença chamada clorose variegada dos citros (CVC), também conhecida como amarelinho, então comum nos laranjais paulistas.
O Genoma Xylella reuniu 35 laboratórios e quase 200 pesquisadores, integrados por meio da rede onsa (Organização para Seqüenciamento e Análise de Nucleotídeos, na sigla em inglês).
O Genoma Xylella foi concluído em novembro de 1999, com a determinação de 2,7 milhões de bases do cromossomo da bactéria causadora de uma grave doença dos citros e uma inventimento equivalente a US$ 12 milhões.
O Genoma Xylella foi o primeiro seqüenciamento de um fitopatógeno (organismo causador de uma doença em uma planta de importância econômica) e ganhou visibilidade nacional, por meio de artigos e comentários na revista The Economist e no jornal New York Times.
Em 2000, esse trabalho ganha a capa da revista Nature e os 200 pesquisadores do projeto receberam a medalha do Mérito Científico do Governo do Estado.
Este tralho rendeu uma publicação com direito a capa na nature, fato inédito ate então ( nature é uma das revistas mais antigas e respeitadas do ramo cientifico que tem sua primeira edição datada do ano de 1869).
Aniversário de dez anos dessa publicação
Segundo a Nature, dez anos depois resultados da iniciativa continuam surgindo. “A biotecnologia brasileira amadureceu ao ponto em que seus cientistas são atores no cenário internacional. E a FAPESP continua promovendo grandes ideias, incluindo um novo programa para financiar um amplo portfólio de pesquisa em bioenergia”, disse.
“A FAPESP também está trabalhando para superar um dos maiores obstáculos ao progresso – a falta de pesquisadores doutores – ao encorajar cientistas a preencher as lacunas com jovens estrelas dos Estados Unidos e da Europa, parte de um esforço mais amplo para internacionalizar a ciência brasileira”, ressaltaram os editores da revista.
Mas a revista destaca que o boom precisa ter continuidade. “Há dez anos, a biociência brasileira foi transformada por uma iniciativa corajosa. Cientistas e o governo devem desenvolver e estender o progresso dela resultante”, afirmou.
“Mais esforços são necessários com a mesma disposição [das iniciativas da FAPESP]: mais atitude, mais riscos e mais empreendedorismo que coloquem a ciência pública na prática privada, uma área na qual o Brasil continua atrás.”
“Talvez mais do que qualquer coisa, o sequenciamento da Xylella demonstra os benefícios de pensar grande. Cientistas assumiram um projeto importante, executaram-no com precisão e publicaram os resultados em inglês em uma revista internacional de expressão. Os resultados foram divulgados pela mídia em todo o mundo. (...) A Xylella ajudou a mudar a percepção que o Brasil tinha de si mesmo, de sua capacidade e de sua posição no mundo da ciência”, destacou a Nature.
“Importantíssimo para a FAPESP esse reconhecimento manifestado no editorial da Nature. Ao destacar realizações, o editorial sublinha também ações em desenvolvimento. Com enorme satisfação vemos a FAPESP contribuir mais uma vez para a boa visibilidade mundial da ciência feita no Brasil”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
http://www.nature.com/nature/journal/v406/n6792/pdf/406151a0.pdf (Artigo genoma xylella)
www.nature.com/nature/journal/v466/n7304/full/466295a.html. (Artigo Brazil’s Biotec boom)
Fontes :
http://www.agencia.fapesp.br
http://inovabrasil.blogspot.com
www.nature.com