A produção de mandioca na África permanece a mais baixa do mundo (aproximadamente 10 toneladas/ha), parcialmente devido a endemias e doenças virais endêmicas. O projeto Virus Resistant Cassava for Africa (VIRCA) – Mandioca Resistente a Vírus para a África – tem por objetivo desenvolver cultivos de mandioca melhorados geneticamente, resistentes à Doença da Podridão Radicular da Mandioca (em inglês, CBSD) e à doença do mosaico da Mandioca (em inglês, CMD), para disponibilizá-los aos agricultores da África Oriental. O projeto impactará na segurança alimentar e econômica de milhões de produtores e consumidores de mandioca na África Oriental.
O VIRCA usará importantes realizações científicas, técnicas e capacitação feitas durante a primeira fase (2005-2011) para produzir dois produtos comerciais em sua segunda fase (2011-2016). A prova de conceito para o controle de ambas as doenças em plantas transgênicas de mandioca, por meio do uso de tecnologias siRNA, foi demonstrada na estufa, em Saint Louis (Estados Unidos) e nos campos em Uganda e no Quênia, utilizando um modelo experimental de planta.
O primeiro produto resistente à CBSD estará em um cultivar popular de preferência do agricultor, o TME204, que é naturalmente resistente à CMD. A CBSD é uma doença que se espalha rapidamente de forma devastadora na África Oriental, comprometendo toda a colheita, uma vez que todas as raízes das plantas infectadas ficam necróticas e impróprias para consumo. Já que os cortes são utilizados para a próxima safra, a doença é facilmente transmitida para a nova safra. A entrega do TME204 resistente à CBSD em 2016, empregando a biotecnologia, é o caminho mais rápido para lidar com a pandemia da CBSD.
Um segundo produto do VIRCA será desenvolvido (a princípio, até 2018) em um cultivar tradicional e altamente popular, o Ebwanateraka (Rainha da mandioca), cujas sequencias de vírus serão combinadas para transmitir resistência tanto para a CBSD quanto para a CMD. A CMD, que é perceptível nas folhas, também é uma doença devastadora que causa mais de 30% de perdas da produção na África; contudo, as raízes produzidas são saudáveis e próprias para o consumo.
O VIRCA está se concentrando primeiramente em Uganda e no Quênia, mas em última análise, seu objetivo é impactar a região do Lago Vitória, pois muitos produtores e consumidores de mandioca desejam plantas com qualidades de cozimento e processamento similares.
O VIRCA é uma colaboração entre o Centro Científico para Plantas Donald Danforth (em inglês, DDPSC), em Saint Louis, EUA, o Instituto Nacional de Pesquisas e Recursos Agrícolas (NaCRRI), em Uganda, e o Instituto de Pesquisas Agrícolas do Quênia (KARI), no Quênia. O VIRCA dedica-se à transferência de biotecnologias de mandioca por meio da formação de cientistas, o desenvolvimento de instalações, e uma estrutura regulatória para os produtos comerciais de mandioca em ambos os países, bem como a melhoria da percepção pública na África subsaariana em relação ao valor e segurança da tecnologia de culturas geneticamente modificadas.
O VIRCA é uma parceria público-privada de pesquisa e desenvolvimento, com o objetivo de desenvolver produtos biotecnológicos de mandioca para fins humanitários e é apoiado pelo Fundo Monsanto, pela Fundação Bill & Melinda Gates, a Fundação Howard Buffett e pela USAID, do povo norte-americano.
*Dr. Claude Fauquet, diretor do Laboratório Internacional de Biotecnologia Agrícola Tropical (em inglês, ILTAB), atualmente lidera seu laboratório em projetos de pesquisa sobre a transformação genética da mandioca, estudos promotores, silenciamento gênico e virologia molecular de plantas de geminivirus. Também é co-fundador e co-presidente da Parceria Global da Mandioca para Melhoramento Genético, uma rede com o objetivo de melhorar o investimento científico e financeiro da mandioca em todo o mundo. Um especialista em geminivirus, o Dr. Fauquet desenvolveu uma fundação sólida para o delineamento de espécies entre os geminivirus e potyvirus. Antes da co-fundação do programa ILTAB no Instituto de Pesquisas The Scripps em LaJolla, CA, com o Dr. Roger Beachy em 1991, o Dr. Fauquet trabalhou por dezenove anos como virologista de plantas na ORSTOM (agora IRD), um instituto de pesquisas público da França dedicado a ajudar países em desenvolvimento. Ele serviu em um centro de pesquisas francês na Costa do Marfim, África Ocidental, por quatorze destes anos. Obteve um alto grau de experiência na taxonomia e na classificação de vírus, e foi Secretário do ICTV (Comitê Internacional sobre a Taxonomia de Vírus) por 18 anos, continuando envolvido até hoje com a classificação e nomenclatura de vírus. Com uma carreira literária ativa, ele possui mais de 200 trabalhos em revistas científicas publicadas com aval de outros cientistas. Ele também é Professor Adjunto da Universidade de Missouri – Columbia e Membro da Faculdade de Pós Graduação da Universidade de Missouri – St Louis. Alcançou seu Ph.D em bioquímica na Universidade Louis Pasteur em Estrasburgo, na França, em 1974. É membro da AAAS, da APS, e da Academia de Ciências de St. Louis e é um “Chevalier de l’Ordre des Palmes Académiques.”
Fonte:
www.monsanto.com.br
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