domingo, 5 de fevereiro de 2012

Controle Genético do Desenvolvimento Muscular.


No ano de 1997, noticiários internacionais divulgados no mês de maio, emitiram informações sobre novas descobertas no campo da genética, ligadas ao desenvolvimento muscular. Os cientistas Se-Jin Lee, Alexandra McPherson e Ann Lawer, biólogos moleculares da Universidade John Hopkins, conseguiram criar um superrato, com costas e quadris mais largos. Com a eliminação de um só gene (que limita o crescimento muscular), foi possível a “fabricação” de verdadeiros gigantes, um pouco estranhos, porém extremamente dóceis, segundo relatos iniciais.
Os pesquisadores descobriram que a musculatura esquelética é originada por meio de uma complexa cadeia de regulação gênica chamada miogênese, na qual células dos somitos sofrem determinação e diferenciação, formando fibras musculares. Durante a miogênese, genes específicos são ativados, sendo expressos em local e tempo determinados. Dentre estes genes estão os fatores reguladores da miogênese (MFRs) da família MyoD, composta pelos genes MioD, Myf 5, miogenina e MFR4, e ainda os fatores trans-formantes de crescimento beta (TGFb), sendo a MIOSTATINA (GDF-8) um deles. A miostatina age como regulador negativo no desenvolvimento da musculatura esquelética, bloqueando a ação dos MFRs. Os animais com a aparência de musculatura dupla apresentam mutações neste gene, gerando transcritos alternativos, que favorecem o desenvolvimento da musculatura esquelética.
Todos os trabalhos publicados sobre a miostatina são relacionados à Agropecuária, Zootecnia e Veterinária, sendo que alguns versam sobre a criação de aves de corte (como por exemplo frangos), criação de peixes, criação de carneiros e (a grande maioria) sobre gado de corte.
Um trabalho recente, realizado por cientistas do Laboratório de Genética Molecular da Faculdade de Veterinária de  Madrid, estudou a Hipertrofia Muscular Hereditária, que é unia síndrome encontrada nas espéciesmurina (ratos) e bovina. Macroscopicamente, são animais com um incremento generalizado da massa muscular. Em nível microscópico, o tecido muscular destes animais se caracteriza por um aumento no número, e não no volume, das fibras musculares, fenômeno conhecido como hiperplasia muscular; paralelamente a essa maior densidade muscular, ocorre um decréscimo concomitante de tecido conjuntivo e, sobretudo, de tecido gorduroso.
No gado bovino, este fenômeno foi descrito em diversas raças europeias, tanto espanholas (Asturiana los Valles, Pirenaica) como belgas (Branco Azul (foto)), italianas (Piemontesa, Marchigiana) ou francesa (Charolês, Limousine).
O gene da Miostatina ou GDF-8,  proteína que codificada, eé enquadrada na superfamília dos TGFbs, atua como REGULADOR EXTRACELULAR NEGATIVO do crescimento muscular. Foi demonstrado que as mutações que dão lugar a unia miostatina inativa são as responsáveis pelo crescimento muscular exagerado que caracteriza esta síndrome.
Atualmente, estas pesquisas estão direcionadas ao aperfeiçoamento da agropecuária, no aprimoramento de raças de gado bovino para corte, e já há trabalhos direcionados à piscicultura, todos visando o aumento da produção de carne.
 
Fonte:
w.w.w.anabolismo.org
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