Após assistirem este vídeo faço a seguinte
pergunta, vocês acreditam que não existem fatores genéticos que influenciam no comportamento?
O vídeo mostra claramente como o
processo de domesticação pode ter acontecido de maneira bem mais rápida que imaginávamos. É fácil de perceber que o efeito do ambiente
(trocar os filhotes de genitoras) não influenciou no comportamento,
ao final do vídeo, é apontado que outras possíveis características fenotípicas foram estabelecidas com o processo de domesticação.
Quando assisti a este vídeo veio em minha mente
uma questão que esteve bastante em pauta no mês passado, o vídeo do geneticista
Eli contradizendo o pastor Silas por meio de estudos que apontavam possíveis fatores
genéticos que influenciam no comportamento humano na questão da escolha sexual.
Ao menos para mim fica bem evidente que fatores genéticos podem influenciar (juntamente com outros fatores) no comportamento.
Era para este post terminar agora, todavia, a sociedade brasileira de genética fez um manifesto hoje comentando sobre o caso ( coincidentemente duas horas depois deste post a SBG lançou esse manifesto, acabei formatando o post original para acrescentar o manifesto da SBG). Segue o texto retirado na íntegra do site da SBG.
"A Sociedade Brasileira de Genética endossa as informações fornecidas pelo biólogo Eli Vieira em resposta ao pastor e psicólogo Silas Malafaia acerca das bases genéticas da orientação sexual.
A orientação sexual humana é uma característica multifatorial, influenciada tanto pelos genes como também pelo ambiente. Há fortes evidências de que o substrato neurobiológico para a orientação sexual já está presente nos primeiros anos de vida. Não há evidência de nenhuma variável ambiental controlável capaz de modificar de maneira permanente a orientação sexual de um indivíduo. Assim, essa faceta do comportamento humano é resultado de uma interação complexa entre genes e ambiente, em que nenhum dos dois tem efeito determinante por si só. Alegar que a genética nada tem a contribuir na compreensão da origem deste comportamento é ignorar meio século de avanços na nossa área.
Entendemos, também, que os fatos acerca dessa questão são desvinculados do debate ético sobre os direitos das pessoas que manifestam orientações sexuais e identidades de gênero.
No entanto, neste momento histórico em que o físico Stephen Hawking faz campanha para que o governo britânico se retrate pelos males que causou a Alan Turing, homossexual e pai do computador, expressamos que nós, como cientistas, desejamos um mundo mais igualitário, em que as pessoas não sejam julgadas pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, mas apenas pela firmeza de seu caráter. Um mundo assim é um mundo mais receptivo ao pensamento científico, que se constrói de forma humilde e tentativa, em vez de dogmática e impositiva."
Era para este post terminar agora, todavia, a sociedade brasileira de genética fez um manifesto hoje comentando sobre o caso ( coincidentemente duas horas depois deste post a SBG lançou esse manifesto, acabei formatando o post original para acrescentar o manifesto da SBG). Segue o texto retirado na íntegra do site da SBG.
"A Sociedade Brasileira de Genética endossa as informações fornecidas pelo biólogo Eli Vieira em resposta ao pastor e psicólogo Silas Malafaia acerca das bases genéticas da orientação sexual.
A orientação sexual humana é uma característica multifatorial, influenciada tanto pelos genes como também pelo ambiente. Há fortes evidências de que o substrato neurobiológico para a orientação sexual já está presente nos primeiros anos de vida. Não há evidência de nenhuma variável ambiental controlável capaz de modificar de maneira permanente a orientação sexual de um indivíduo. Assim, essa faceta do comportamento humano é resultado de uma interação complexa entre genes e ambiente, em que nenhum dos dois tem efeito determinante por si só. Alegar que a genética nada tem a contribuir na compreensão da origem deste comportamento é ignorar meio século de avanços na nossa área.
Entendemos, também, que os fatos acerca dessa questão são desvinculados do debate ético sobre os direitos das pessoas que manifestam orientações sexuais e identidades de gênero.
No entanto, neste momento histórico em que o físico Stephen Hawking faz campanha para que o governo britânico se retrate pelos males que causou a Alan Turing, homossexual e pai do computador, expressamos que nós, como cientistas, desejamos um mundo mais igualitário, em que as pessoas não sejam julgadas pela sua orientação sexual ou identidade de gênero, mas apenas pela firmeza de seu caráter. Um mundo assim é um mundo mais receptivo ao pensamento científico, que se constrói de forma humilde e tentativa, em vez de dogmática e impositiva."